Hoje fui até ao Mar, queria ouvir sua voz . . .  senti-lo . . .
mas ele limitou-se ao silêncio . . .
olhou-me . . . olhou-me . . .
nada disse . . .

                              



Quero fazer as malas . . .
não, não quero levar nada, nem o bom nem o mau . . .
apenas quero recomeçar, reconstruir algo novo . . .
apetece gritar . . . bem alto . . .
como pode o poder fazer tão mal as pessoas . . .
como podem estas prejudicar os outros para seu beneficio . . .
como podem . . .
valor tem  aquele que sobe cada degrau sem atropelar ninguém . . .
onde estão as pessoas boas . . .
não quero perder a fé . . .
quero acreditar que elas existem
mas neste momento. . . .
o mundo me mostra o contrário . . .
ninguém vê a beleza do mar, do luar . . .
a beleza duma flor .  . .
uma palavra verdadeiramente sentida . . .
o conforto de um abraço. . .
como é possível o ser humano ter perdido isso tudo.

Lua

            


Hoje a lua vai estar mais perto da nossa terra . . .
a minha lua . . . a minha lua cheia . . .
serás o meu brilho. . . irei adormecer a olhar tua beleza . . .

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Abraço

Hoje preciso de um abraço ...
preciso molhar um ombro amigo, com minhas lágrimas . . .
preciso desabafar. . . dizer que não sou forte . . .
que a segurança que transmito é somente um continuo de insegurança . . .
que meu rosto  duro, que as minhas palavras amargas, são apenas uma defesa. . .
mas . . .
minha alma é doce. . . é apenas uma criança . . .
com medo de ser magoada . . .
dá-me o silêncio do teu abraço . . .

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Máscara

                      

Porque teimo em acreditar nas pessoas . . .
porque me invade por completo este sentimento . . .
eu já devia ter aprendido. . .
que neste mundo não devemos sequer segredar a mais sincera palavra . . .
que nunca devemos tirar a máscara . . .
que nos protege . . .

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Meus olhos quase fecham de tanto cansaço, mas não . . .
não quero dormir, quero ser criança outra vez. . .
fazer birra com o sono, ser mais forte que ele. . .
desejo que o tempo pare, para não começar outra vez o amanhã . . .
só mais um pouco . . .


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Livro do Desassossego

                                               



... ergo a cabeça, da minha vida anónima, para o conhecimento claro de como existo. E vejo que tudo quanto tenho feito, tudo quanto tenho pensado, tudo quanto tenho sido, é uma expécie de engano e de loucura. Maravilho-me do que consegui não ver. Estranho quanto fui e que vejo que afinal não sou.

                                                              " Fernando Pessoa"
                                                

Palavras

                                      

escrevo, apago, escrevo, apago,
são apenas palavras...
 em meu antigo caderno, palavras são difíceis de apagar, palavras são marcas. . .
comprei um novo, escrever, apagar, escrever, apagar,
que facilidade, que fúteis que nos tornamos . . .
. . .

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Para onde olhar

Porque colocamos imagens em nossas palavras . . .
que nos dizem de tão importante . . .
de que forma nos tocam . . .
sim, para mim . . . cada uma tem determinada simbologia
seu encantamento, sua beleza, o que sinto em minha alma . . .
o que quero, o que desejo, meus anseios, meus medos. . .
o que admiro, o que amo, o que choro, o que vivo . . .
são apenas imagens, mas . . . .

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Hoje Parei

Hoje parei, ouvi aquele som novamente que me embala. . .
permiti não pensar em nada, apenas ouvir, sentir . . .

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